TEPe 2022: Caminhadas > TRAVESSIAS < Performances Convento de São Pedro de Alcântara Lisboa, Portugal, March 15-20, 2022 |
Conference website | https://tepe.estudiosdedanca.pt/international-meeting-en |
Submission link | https://easychair.org/conferences/?conf=tepe2022 |
Abstract registration deadline | October 20, 2021 |
Submission deadline | October 20, 2021 |
[PORTUGUÊS]
Os contextos pandémico e pós-pandémico vêm impondo às cidades outras dinâmicas, outros sons, outros ecos, outros percursos, outros visitantes humanos e não humanos. Durante o confinamento, o encerramento de espaços teatrais e expositivos – bem como, durante o desconfinamento, as limitações para a sua utilização - têm tido consequências penosas nas programações artísticas e efeitos dramáticos nos quotidianos dos seus agentes (artistas, técnicos, programadores, curadores, etc.). Ao mesmo tempo, a desaceleração da vida da cidade (do trânsito, do ritmo nas ruas, do frenesim produtivo e de consumo, etc.) veio contribuir beneficamente para uma diminuição das emissões de CO2. Neste quadro, a cidade - mais concretamente as suas zonas públicas a céu aberto – surgem mais nitidamente como espaços de circulação e de interferência (ou de suspensão de interferência) entre pessoas.
O que aprendemos com a experiência de confinamento e desconfinamento? Em primeiro lugar, que a cidade tem uma densidade flutuante, na medida em que as concentrações populacionais se esvaem quando nos encerramos em casa. Em segundo lugar que o encontro com o outro (uma das prerrogativas da cidade) pode acontecer em outras escalas que não apenas a dimensão cultural. Em terceiro lugar, o medo pode ser um sentimento público capaz de fazer implodir as próprias cidades se não for transformado numa força para a vida.
Como é que, neste processo, os artistas se organizam e se constituem como agentes na cidade? Como é que a cidade passou a ser representada? Que cidade é aquela que desejamos? Este congresso surge assim da necessidade de intensificar o diálogo entre a cidade e a arte, em particular as artes performativas.
O simpósio é o culminar de dois anos de investigação consistente e consolidada no âmbito do projecto TEPe (Technologically Expanded Performance). Ao longo destes dois anos, desenvolvemos atividades com a comunidade com o intuito de promover um diálogo intercultural e transdisciplinar e proporcionar o encontro com vivências urbanas variadas. Através das diferentes propostas de percursos pela cidade, mapeámos acontecimentos, hoje invisíveis, mas ainda assim presentes: desde “memórias soterradas” a “caminhadas sensoriais”, passando por registos íntimos de confinamento.
O simpósio visa partilhar as experiências realizadas com a contribuição de duas equipas: a portuguesa, em Lisboa, e a Brasileira, em Fortaleza. Para além de apresentarmos as conclusões das pesquisas realizadas, lançamos esta chamada para apresentações, especialmente destinada a artistas e estudiosos de performance art, historiadores das cidades, antropólogos, urbanistas, geógrafos, estudiosos da escuta e do som e a todxs aquelxs a quem interessa pensar (e projectar) a vida na cidade.
Formatos de participação
= Performances públicas
= Painéis de comunicações
= Sessões de posters
= Caminhadas
Temas
- escutar a cidade. Todas as cidades têm sons e cada cidade comporta diversos perfis sonoros. Quais os níveis de harmonia e os níveis de ruído e quais os critérios de distinção entre uns e outros? Onde fica o silêncio nas cidades?
- mapas urbanos. Das caminhadas lúdicas às manifestações e “passeatas” de protesto, passando pelos cortejos celebratórios, e pelas deambulações exploratórias. Sistemas de (re)mapeamento e de reconhecimento de espaços. A caminhada nas imediações de “estar perdido”.
- corpo e rede urbana. Histórias e processos de inscrição das redes urbanas nos corpos dos seus habitantes e vice-versa. Da Metropolis de Fritz Lang ao “falanstério” de Fourier, passando pelas performances em espaços públicos.
- as camadas sensíveis da cidade. Das micro-histórias das pessoas às experiências sensoriais escondidas (os cheiros da cidade, os paladares disponíveis, as texturas, as cores, a luz e os brilhos, etc.).
- performar a cidade. Das construções de maquetas às intervenções de arte urbana. Dançar (n)a cidade. Protagonistas e antagonistas citadinos. Equipamentos públicos de treino e de exercício físico.
- cidadania e alterações climáticas. Da história da cidadania aos desafios contemporâneos. Em que medida é urgente rever o contrato social de modo a introduzir uma cidadania não circunscrita aos direitos dos humanos, capaz de conciliar as cidades com o planeta?
Guia para a submissão
As propostas submetidas devem contribuir para aprofundar o entendimento da cidade como um tecido multidimensional que nos afeta e se deixa afetar. Assim, serão valorizadas as comunicações através da chamada pública que explicitem propósitos de mudança positiva de experiência na cidade, especificando a que nível opera essa mudança e o que envolve.
Todas as propostas devem ser originais e não deverão ter sido apresentadas anteriormente em conferências ou revistas.
- Os sumários devem ter entre 400 e 500 palavras.
Commités
Commité científico
- Beatriz Cantinho
- Beatriz Cerbino
- Cecília de Lima
- Filippo Baraldi
- Iñigo Sanchez
- Joana Craveiro
- João Carrilho
- Luís Ribeiro
- Maria João Alves
- Paulo Caldas
- Renata Araújo
- Sérgio Bordalo e Sá
- Thais Gonçalves
Comité organizador
- Daniel Tércio
- Rui Filipe Antunes
- Sophie Coquelin
- Michele Luceac
- Catarina Canelas
Contact
inetmd.fmh@gmail.com
Sponsors
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (PTDC/ART-PER/31263/2017)
[ENGLISH]
The pandemic and post-pandemic contexts have imposed on cities other dynamics, other sounds, other echoes, other routes, other human and non-human visitors. During confinement, the closure of theatrical and exhibition spaces - as well as, during deconfinement, the limitations for their use - have had painful consequences in artistic programming and dramatic effects in the daily lives of its agents (artists, technicians, programmers, curators, etc.). At the same time, the slowing down of city life (traffic, the pace of the streets, the frenzy of production and consumption, etc.) has made a beneficial contribution to a reduction in CO2 emissions. In this context, the city - and more specifically its open-air public areas - emerge more clearly as spaces for circulation and interference (or suspension of interference) between people.
What have we learned from the experience of confinement and deconfinement? Firstly, that the city has a fluctuating density, insofar as population concentrations fade away when we shut ourselves indoors. Secondly, the encounter with the other (one of the prerogatives of the city) can take place on other scales than the cultural dimension alone. Thirdly, fear can be a public feeling capable of imploding the cities themselves if it is not transformed into a force for life. How, in this process, do artists organise and constitute themselves as agents in the city? How did the city come to be represented? Which city is the one we want? This congress thus arises from the need to intensify the dialogue between the city and art, particularly the performing arts. The symposium is the culmination of two years of consistent and consolidated research within the TEPe (Technologically Expanded Performance) project. Throughout these two years, we have developed activities with the community in order to promote an intercultural and transdisciplinary dialogue and to provide an encounter with varied urban experiences. Through the different proposals of walks through the city, we have mapped events, today invisible, but still present: from "buried memories" to "sensorial walks", passing through intimate records of confinement.
The symposium aims to share the experiences carried out with the contribution of two teams: the Portuguese, in Lisbon, and the Brazilian, in Fortaleza. Besides presenting the conclusions of the researches carried out, we launch this call for presentations, especially addressed to artists and scholars of performance art, historians of cities, anthropologists, urban planners, geographers, scholars of listening and sound and to all those who are interested in thinking (and projecting) life in the city.
Formats of participation
= Public performances
= Communication Panels
= Poster sessions
= Walks
Themes
- listening to the city.
All cities have sounds and each city has different sound profiles. What are the levels of harmony and noise and what are the criteria for distinguishing between them? Where is silence in cities?
- Urban maps.
From playful walks to demonstrations and protest "marches", from celebratory parades to exploratory wanderings. Systems of (re)mapping and recognition of spaces. Walking in the vicinity of "being lost".- body and urban network. Histories and processes of inscription of urban networks in the bodies of their inhabitants and vice-versa. From Fritz Lang's Metropolis to Fourier's "falanstery", passing through performances in public spaces.
- The sensitive layers of the city.
From the people's micro-stories to the hidden sensorial experiences (the city's smells, the available tastes, the textures, the colours, the light and the glows, etc.).
- Performing the city.
From the construction of models to urban art interventions. Dancing (in) the city. City protagonists and antagonists. Public equipment for training and physical exercise.
- citizenship and climate change.
From the history of citizenship to contemporary challenges. To what extent is it urgent to revise the social contract in order to introduce a citizenship that is not limited to human rights, capable of reconciling cities with the planet? The proposals submitted must contribute to a deeper understanding of the city as a multidimensional fabric that affects us and allows itself to be affected. Thus, the proposals will be valued if they explicitly propose a positive change of experience in the city, specifying the level at which this change takes place and what it involves.
Submission Guidelines
The proposals submitted must contribute to deepen the understanding of the city as a multidimensional fabric that affects us and lets itself be affected. Thus, communications will be valued through the public call that explicit purposes of positive change of experience in the city, specifying at what level this change operates and what it involves.
All papers must be original and not simultaneously submitted to another journal or conference. The following paper categories are welcome:
- Abstracts must be between 400 and 500 words.
Committees
Program Committee
- Beatriz Cantinho
- Beatriz Cerbino
- Cecília de Lima
- Filippo Baraldi
- Iñigo Sanchez
- Joana Craveiro
- João Carrilho
- Luís Ribeiro
- Maria João Alves
- Paulo Caldas
- Renata Araújo
- Sérgio Bordalo e Sá
- Thais Gonçalves
Organizing committee
- Daniel Tércio
- Rui Filipe Antunes
- Catarina Canelas
- Sophie Coquelin
- Michele Luceac
Contact
inetmd.fmh@gmail.com
Sponsors
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (PTDC/ART-PER/31263/2017)